Palestra para yogis, The Mother and Her Children – Advice at Dollis Hill ashram,  Londres, Inglaterra. 16 de março de 1980. 

É bom que hoje seja o Dia das Mães e que Você encontre tantas pessoas esperando por  Você. 

E também Você vê a Si mesma como uma mãe, o coração que anseia por conhecê-La,  então não consegue se livrar de algumas coisas. E então Você desfruta desse anseio e  dessa saudade de ver Seus próprios filhos, que Você tanto ama. 

É uma alegria tão grande e, nos tempos modernos, é descrito que nesta Kali Yuga tudo  ficará de cabeça para baixo porque as pessoas não reconhecerão a maternidade. As mães  não serão respeitadas e também não serão respeitáveis. Isso é um fato. 

E imaginem agora que o Dia das Mães foi trazido para este país. É algo, um  reconhecimento do Divino, que nos faz lembrar que a maternidade é muito importante. 

Foi a Mãe que criou o universo; o Pai foi apenas uma testemunha de todo o espetáculo. 

É Ela quem faz tudo. É Ela que torna isso belo para que Ele veja o show, para que Ele  se torne o espectador, porque Ela ama Sua criação. 

O Pai deseja que Ela seja de tal forma que Ele possa amá-la. Ele é um perfeccionista,  quer que tudo seja perfeito. Mas a mãe aceita a criança como ela é, porque é a sua  própria criação. Se houver um defeito na criança, ela aceita esse defeito como seu e  trabalha por ele; trabalha muito duro. Não é nenhum sacrifício, porque você gosta disso.  Você gosta de fazer isso. Você gosta de trabalhar por seus filhos. E se não fosse assim,  este mundo nunca teria existido. 

Vocês sabem as incontáveis coisas que a mãe tem de suportar quando o filho está para  nascer. 

Na verdade, sinto que é uma prova de seu amor naquele momento. Mesmo assim, ela  continua porque quer aquele filho. 

Mas quando a imagem da maternidade é estragada, quando as mães não são mais mães,  elas não são respeitáveis, então não são respeitadas. 

E quando as crianças não respeitam suas mães porque não têm respeito por mais nada…  Quero dizer, a primeira e a última coisa é o respeito pela mãe. Se alguém não respeita a  mãe, ou a maternidade, isso significa que ele também não respeita a si mesmo. 

Então, como ele existe? Ele existe por meio de sua mãe. Portanto, a mãe é uma  instituição muito, muito importante para toda a criação, para a sua criação e para a  criação de seus filhos e de toda a prole que virá. 

Agora vamos ver o que a Mãe nos proporciona, que parte do nosso ser Ela é. Eu diria  que Ela é tudo.

Eu diria que Ela é tudo. 

Mas a mãe pessoal que lhe deu esse nascimento, esse corpo, é a sua própria mãe, que  você sabe muito bem que é sua mãe. Como você sabe, ela o nutre quando você está no  estágio de feto e, mais tarde, quando você cresce, ela lhe dá toda a nutrição física  necessária para o seu crescimento e ela gosta disso. 

Caso contrário, ela se sente sobrecarregada. Ela quer dar isso. E todos apreciam isso. É  um prazer coletivo. E isso está acontecendo, e pode ser visto em todas as pinturas do  mundo, em todo o mundo, em todos os idiomas, em todos os países, em todas as  religiões. 

A mãe e a criança têm sido o tema principal das pinturas e a expressão do momento  mais alegre para os pintores. 

Os poetas também escreveram muito sobre isso. 

Todas as formas de manifestação de alegria, em todo o esforço humano, têm sido sobre  isso, girando sobre isso. 

Mas a mãe que é sua própria mãe, que você conhece como sua mãe, que lhe dá o  nascimento físico, é a mãe que lhe dá muito mais do que você imagina. Porque o sangue  dela tem as vibrações dela e, quando ela lhe dá o sangue, ela lhe dá as vibrações dela,  ela lhe dá o sustento, ela lhe dá os desejos dela e também lhe dá um empurrão em sua  evolução, se ela for uma pessoa evoluída. 

Agora, no relacionamento entre mãe e filho, a mãe dá muito. Ela dá, cria seu lado  esquerdo completo. Ela cria todo esse lado esquerdo em você, porque ela desejou você;  então, ela cria isso. No lado direito, ela lhe dá toda a beleza das coisas delicadas e  também os palpites que você tem em seus negócios ou todos os momentos flexíveis de  sua vida em que você pensa: “De que lugar desconhecido eu consegui alguma coisa?” – essas são as bênçãos de sua mãe para você. 

Você também escolhe sua própria mãe quando nasce. Portanto, não adianta condenar sua mãe  porque ela é assim, é uma mulher horrível e é isso, aquilo e aquilo outro. 

Agora, você a escolheu; portanto, é melhor que seja assim. 

E ela é uma parte muito importante de você, devo dizer. Mas ela também precisa ser  algo para ser mãe. 

O cargo de mãe é o mais responsável. É até mesmo uma responsabilidade – muito maior  do que a de um rei – ser mãe, porque o rei só pode ir até o nível material, ou até o nível  físico. E até o nível racional, no máximo, um filósofo pode ir. 

E o nível emocional pode ser alcançado pela esposa. Todas essas coisas podem ser  feitas por outras pessoas, mas o nível espiritual você só pode alcançar com a graça de  sua mãe.

Qualquer obstáculo que surja em sua ascensão espiritual pode ser causado por muitos  outros problemas, mas, basicamente, pode ser causado por sua mãe. 

Portanto, sua mãe também pode lhe dar o nervosismo, a natureza irritadiça, o mau  humor, uma natureza muito astuta; ela pode lhe dar tudo o que há de ruim nela, em um  pacote. 

Mas você também pode devolver a ela algo especial. Suponha que uma criança, que é  uma alma realizada, esteja nascendo em uma mãe e, se a mãe não for uma alma  realizada, então a criança tentará limpar o Nabhi da mãe e lhe dará muitos vômitos, com  os quais ela se livrará, ou diarreia ou algo assim, e tentará limpar o Nabhi e o Vazio da  mãe. 

Se ela estiver frequentando algum guru e tudo o mais, a criança tomará todo o cuidado  para que ela se livre de todas as coisas ruins que recebeu de um guru ruim. E coisas  tremendas acontecem quando uma mulher concebe uma alma realizada. 

Mas mesmo uma alma não realizada, quando uma mãe concebe, seu rosto começa a  brilhar porque, veja, ela está criando algo. 

É uma bênção especial de Deus que vem sobre ela. 

Mas como um Sahaja Yogi, quando você renasce como Sahaja Yogi, você tem suas  vibrações; então, o que você faz é retribuir à sua mãe, dando-lhe realização. 

Dar a realização é uma obrigação que não pode ser reembolsada. Todas as obrigações  deste mundo podem ser reembolsadas e a última obrigação, a obrigação da mãe de dar a  você o nascimento nesta Terra, também pode ser reembolsada dando a ela o seu próprio  segundo nascimento. 

Tornar-se a mãe de sua mãe é a melhor maneira de retribuir a ela. Portanto, embora seja  uma coisa difícil, dadas as circunstâncias (Shri Mataji ri), sei que todos vocês estão  muito preocupados com isso. Não é fácil, porque devido à guerra ou ao que quer que  seja, nos países ocidentais as mães perderam sua posição, perderam suas amarras,  perderam sua importância e acham que não foram boas como mães. Acham que não  foram muito úteis para a sociedade pelo simples fato de serem mães. 

Mas elas podem ser trazidas de volta gradualmente, mostrando que você é muito  importante e que elas são as mães. Elas são as mães que trouxeram vocês a este mundo. 

Quando elas começarem a perceber essa importância dentro de si mesmas, tenho certeza  de que tudo dará certo. E é assim que você vai retribuir. 

E uma vez que você tenha feito isso, você terá feito o trabalho. Portanto, não precisa se  preocupar com as outras coisas. Você já as pagou. 

Portanto, fiquem felizes com isso, pois aqueles que fizeram isso e aqueles que ainda não  fizeram estarão fazendo.

Portanto, neste Dia das Mães, gostaria de abençoá-los, pois agora vocês têm que dar à  luz milhares de pessoas. 

Portanto, o poder que Sua Mãe tem de dar à luz, o nascimento espiritual, seja concedido  a todos vocês para que façam esse trabalho com a mesma graça e com a mesma  paciência, amor e prazer. 

Que Deus os abençoe 

Você está melhor agora? E agora, o que está acontecendo?